Ontem, no evento de comemoração dos 25 anos do PSDB e do 19º aniversário do Plano Real, as manifestações no Brasil tornaram-se ponto central dos discursos das principais lideranças do partido.
Para o presidente nacional do PSDB,senador Aécio Neves, é preciso respeitar o ato, para, a partir daí, compreendê-lo. “É um movimento sem dono e sem rosto, mas uma questão é clara: o Brasil róseo, festejado na propaganda oficial, o Brasil sem miséria, de educação de qualidade, com empresas públicas batendo recorde de produção… ficou claro que esse Brasil irreal não existe”, afirmou Aécio.
O líder tucano ressaltou que boa parte dos jovens adebtos a manifestação não era nem nascido na época do impeachment de Fernando Collor. “É a primeira oportunidade que eles estão tendo, e precisam ser respeitados”, defendeu. Para Aécio, o que aumetou o nível de insatisfação dos cidadãos, levando 250 mil pessoas a rua foram: o retorno da inflação, a baixa qualidade na educação e o pouco avanço no transporte público ao longo dos últimos anos. “O Brasil não pode apenas fazer propaganda, deve cuidar dos problemas que afetam a vida das pessoas”, completou.
Já para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que completou ontem 82 anos, o momento pode ser classificado como “curto-circuito, uma onda gigante, típica das sociedades contemporâneas”. Ele lembrou que os manifestantes integram um grupo que tem acesso à tecnologia, o que torna mais rápida a propagação das ideias. “É importante que as pessoas mais jovens expressem suas vontades, mesmo que não saibam muito bem para que lado vão e que sejam muito díspares essas vontades. Isso é a democracia”, sintetizou.
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